A corrida começou com 15 minutos de atraso, por causa de uma rápida pancada de chuva. Logo no início, um acidente impressionante. Na primeira curva, o japonês Takuma Sato rodou e ficou atravessado na pista. Helio Castroneves não conseguiu desviar e bateu, estrangando o aerofólio dianteiro. Mas o maior problema surgiu mais atrás. O brasileiro Mário Moraes não conseguiu frear a tempo, "decolou" e foi parar em cima do carro de Marco Andretti.
O americano ficou "preso" embaixo do bólido de Moraes por cerca de dez minutos, até que um guindaste suspendeu o carro do brasileiro. Andretti saiu andando normalmente e saudou a torcida. "Com a poeira, não consegui ver nada. Os carros começaram a brecar 500 metros antes do ponto e eu não consegui parar a tempo", disse Moraes. Andretti passou pelo posto médico, mas logo foi liberado.
Na segunda largada, os pilotos foram muito mais cautelosos. Dario Franchitti manteve a dianteira. Não demorou para que um grupo de quatro pilotos se destacassem dos demais. Além do escocês, o canadense Alex Tagliani, o americano Ryan Hunter-Reay e o brasileiro Tony Kanaan andavam muito mais rápido que os demais.
A chuva voltou com muita força às 14h, causando um festival de rodadas, como as da americana Danica Patrick e do brasileiro Mário Romancini. Tony Kanaan também foi prejudicado. Ele levou a pior num toque entre o inglês Dan Wheldon e o canadense Alex Tagliani.
Bandeira vermelha
Choveu tanto que poças se formaram na pista. O ponto mais crônico foi a curva de entrada no Sambódromo. Lá era quase possível dizer que se tratava de um ponto de alagamento - afinal, a corrida foi disputada às margens do Tietê.
Diante desse quadro, a organização da prova optou por paralisar a prova, com bandeira vermelha. A paralisação durou 35 minutos. A maior parte da pista secou, mas havia ainda muita água na saída dos boxes.
A movimentação nos boxes passou a determinar a ordem na pista. As trocas de posições foram constantes. Surpreendentemente, os brasileiros que passaram a andar no pelotão da frente foram Raphael Matos e Vitor Meira. Os favoritos Tony Kanaan e Helio Castroneves, com muitos problemas, ficaram no pelotão intermediário.
Na volta 53, Ryan Briscoe, que liderava, perdeu o controle no setor misto do traçado e bateu. Ryan Hunter-Reay herdou a primeira posição e a manteve após a bandeira amarela. Vitor Meira ultrapassou Raphael Matos e assumiu a terceira colocação. Duas voltas depois, o australiano Will Power superou Hunter-Reay, tomando-lhe a liderança. Quatro voltas depois, a direção de prova resolveu dar como encerrada a corrida, com 61 voltas, 14 a menos do que o previsto.
S do Samba e reta da Marginal protagonizaram disputas
As freadas fortes do S do Samba, depois da reta do Sambódromo, e da reta de cerca de 1.500 metros montada na pista local da Marginal Tietê foram os principais pontos de ultrapassagem da corrida.
Logo no ínicio da prova, o brasileiro Mário Moraes se envolveu em um acidente forte no S com Marco Andretti, que parou com o carro de Moraes sobre sua cabeça. Apesar da imagem impressionante, o norte-americano (filho de Michael Andretti, campeão da Indy em 1991) não sofreu ferimentos.
Foi no S do Samba também que vários pilotos perderam o controle do carro quando a chuva começou. Entre eles, Danica Patrick, que escorregou por quase 200 metros quando ainda usava pneus slicks em uma pista completamente molhada.
Poças d'água e garis com rodos
As primeiras gotas caíram ainda antes do início da prova, mas a largada foi dada com pista seca. O temporal, porém, chegou com cerca de uma hora de prova e provocou poças d'água que tornavam impossível pilotar mesmo com pneus biscoito (com ranhuras, próprios para chuva).
A direção de prova resolveu paralisar a corrida e deu início à prova após cerca de 30 minutos. Garis, fiscais e funcionários da Indy tiraram a água acumulada com rodos e máquinas de drenagem para possibilitar a volta da corrida.
Mesmo com todos os problemas, a São Paulo Indy 300 foi um sucesso, desde os pilotos até o público, que lotou o Anhembi. No entanto, não há dúvida de que existe muitas oportunidades de melhora para a edição do ano que vem. O próximo encontro com as feras da Fórmula Indy será no dia 28 de março em outro circuito de rua, na cidade de Saint Petersburg, nos EUA.
Veja a classificação final da SP Indy 300:
1° - Will Power (AUS/Penske), 2h00min58s ( 61 voltas)
2° - Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti), a 1s8581
3° - Vitor Meira (BRA/A.J.Foyt), a 9s7094
4° - Raphael Matos (BRA/De Ferran Luczo Fragon), a 10s4235
5° - Dan Wheldon (ING/Panther), a 10s8883
6° - Scott Dixon (NZL/Chip Ganassi), a 11s3473
7° - Dario Franchitti (ESC/Chip Ganassi), a 12s0579
8° - Mike Conway (ING/Dreyer & Reinbold), a 12s1654
9° - Helio Castro Neves (BRA/Penske), a 12s7411
10° - Tony Kanaan (BRA/Andretti), a 13s4850
11° - Justin Wilson (ING/Dreyer & Reinbold), a 13s9193
12° - Ernesto Viso (VEN/KV), a 16s9039
13° - Bia Figueiredo (BRA/Dreyer & Reinbold), a 19s6451
14° - Ryan Briscoe (AUS/Penske), a 1min14s9191
15° - Danica Patrick (EUA/Andretti), a 1 volta
16° - Simona de Silvestro (SUI/HVM), a 3 voltas
17° - Mário Romancini (BRA/Conquest), a 15 voltas
18° - Alez Lloyd (ING/Dale Coyne) a 31 voltas
19° - Alex Tagliani (CAN/Fazzt), a 33 voltas
20° - Hideki Mutoh (JAP/Newman-Haas-Lanigan), a 34 voltas
21° - Milka Duno (VEN/Dale Coyne), a 41 voltas
22° - Takuma Sato (JAP/KV), a 61 voltas
23° - Marco Andretti (EUA/Andretti), a 61 voltas
24° - Mario Moraes (BRA/KV), a 61 voltas
Nenhum comentário:
Postar um comentário